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ENTRE O MODERNISMO E TRADICIONALISMO REGIONAL: AS ORIGENS DO MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Em 30 de março de 1900, nasce no Recife Gilberto de Mello Freyre e em 1918 segue para os Estados Unidos, onde se forma em bacharel em artes pela Universidade de Baylor e ingressa na pós-graduação na faculdade de Ciências Políticas na Universidade de Columbia.

 

PERTENCIMENTO

​Gilberto Freyre já considerava, no seu Manifesto regionalista (1926), que os museus deveriam assumir as panelas de barro, as facas de ponta, os cachimbos de matutos, as sandálias de sertanejo, as miniaturas de almanjarra, as figuras de cerâmica, as bonecas de pano e os carros de boi, para ampliar um lugar patrimonial de pertencimento de Pernambuco.​​

AQUISIÇÃO 

Aníbal Fernandes, então diretor da Inspetoria de Monumento em Pernambuco organiza junto ao Estado a aquisição, por leilão, de parte do acervo de Ferreira Baltar: quadros de Telles Júnior e Objetos da Etnografia Amazônica e Iconografia Pernambucana. Tal ação já objetivava a configuração do que viria a ser o museu.

(CANTARELLI, 2014).

INAUGURAÇÃO 

(7 de setembro de 1930) Inauguração do Museu de História e de Arte Antiga de Pernambuco instalado em dois grandes salões na cúpula do Palácio da Justiça. Além da coleção de telas do pintor Telles Júnior, foram expostos retratos das imperatrizes Leopoldina e Thereza Christina e também de alguns membros de famílias da aristocracia pernambucana. Contava com mobiliário e uma coleção de gravuras e litogravuras sobre Pernambuco.

SEDE DEFINITIVA 

Através do decreto nº 491, o Museu de História e de Arte Antiga de Pernambuco recebe a denominação de Museu do Estado de Pernambuco e é transferido para sua sede definitiva, no palacete aristocrático do Barão de Beberibe, no bairro das Graças, no Recife.

A RESSIGNIFICAÇÃO DE UM ACERVO COM A CRESCENTE COLABORAÇÃO DO POVOS INDÍGENAS

Atividades colaborativas com representantes de povos indígenas promovidas pelo Museu do Estado de Pernambuco permitem que, nesses processos, apareçam novas questões sobre histórias de pertencimentos e de onde foram retiradas, e sobretudo entender amplamente como esse contato foi efetivado entre os povos indígenas e o colecionador. Ou seja, pode-se efetivamente obter uma história social dos objetos etnográficos e um detalhamento dos deslocamentos efetivados desses objetos, dando assim possibilidades concretas de um repatriamento físico, oportunidades, desafios associados à digitalização e ao retorno do patrimônio cultural.

A INESTIMÁVEL RIQUEZA SOCIAL, SAGRADA E HISTÓRICA DO ACERVO AFRO-BRASILEIRO

É inegável a contribuição do povo negro, com suas manifestações culturais, sua religiosidade e costumes, na formação da identidade brasileira. Apesar de todo tipo de repressão sofrida, desde o período da escravatura e o fechamento dos templos religiosos de matrizes africanas, especificamente na década de 1930.

A Coleção Xangô apresenta um bojo cultural riquíssimo de peças, na sua  maioria raras, dos mais variados cultos existentes em Pernambuco, que apresentam a forte religiosidade do povo negro, oriundos de várias regiões do continente africano, e sua fé nos orixás, divindades que representam os mais diversos elementos da natureza. 

Máscara Timbira Ramkokamekra - Séc. XX - Entrecasca de árvore e madeira (153 x 101).	Coleção Etnográfica Carlos Estevão de Oliviera - 10/07/1947.
Máscara Timbira Ramkokamekra - Séc. XX - Entrecasca de árvore e madeira (153 x 101). Coleção Etnográfica Carlos Estevão de Oliveira - 10/07/1947.

Palacete Estácio Coimbra

Localizada em um sítio na Ponte de Uchôa, às margens do rio Capibaribe, o Palacete Beberibe era considerada uma vivenda  luxuosa;

Com o falecimento do Barão de Beberibe, a residência foi destinada a seu segundo filho, Augusto Frederico de Oliveira;

Em 1878 a casa foi desenhada pelo suíço Luís Krauss e litografado por Henrich Carls;

Em 17 de novembro de 1916 o Palacete Beberibe deixou de pertencer à família Oliveira. 

Foi repassado à família de Julius Von Sohsten, cônsul da Holanda no Recife;

Em 1929, o imóvel foi dado como garantia hipotecária ao Banco Agrícola e Comercial de Pernambuco, quando passou a pertencer ao Estado; 

Em 1940, passa a ser sede do AGORA então Museu do Estado de Pernambuco.

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